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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Reboques.Jornal do Brasil Celso Franco

Sempre achei muito estranha a maneira como atuavam as operações de reboque efetuadas pela Guarda Municipal, à revelia de uma orientação técnica do órgão a quem cabe zelar pela fluidez urbana, no caso a CET Rio
Assisti a verdadeiras barbaridades, autênticas agressões ao contribuinte, quando os reboques removiam carros em ruas sem nenhum trânsito que justificasse tal ação, quando existiam outras vias de importância indiscutível, para a fluidez do tráfego, que não eram molestadas. 
Chegaram ao cúmulo de rebocar veículos em vias sem placa de proibição sob a alegação burra e ilegal de que “era proibido estacionar em rua de mão dupla”. Quando tentaram este absurdo, numa manhã de domingo, dando como justificativa esta afirmativa, ao me insurgir contra este fato que se dava na minha rua, atendendo ao apelo de vizinhos, o responsável pela operação disse-me estar cumprindo ordens. 
Neste escândalo de corrupção que agora veio a público, envolvendo uma verdadeira quadrilha, mancomunada com a empresa que, terceirizada, operava os reboques, tudo ficou bem claro. Para a mim, os primeiros a serem inquiridos no inquérito - que espero venha a ser rigoroso - para a apuração e punição exemplar dos responsáveis por este roubo devem ser os chefes que determinavam os locais de ação. Que tal uma quebra de sigilo bancáriodos ditos cujos?
Fui eu quem, em 1967, inventou a operação  de reboque. Eram 60, utilizando um “pool” de empresas selecionadas pelo critério de idoneidade e dirigidas essas operações por policiais militares graduados, indicados pelo comandante do Batalhão de Trânsito, seguindo orientação, quanto às áreas e vias  a serem percorridas, da Diretoria de Engenharia do Detran. Chamamos a esta ação de “Operação Tom e Jerry”, na qual o motorista era o esperto rato Jerry e os reboques o tolo gato Tom, com o propósito de “dourar a pílula amarga” do medicamento necessário.
Angariamos o respeito por estas operações, principalmente, porque divulgávamos, pelos jornais, os roteiros dos reboques, prevenindo aos contribuintes. O policiamento de trânsito deve ser preventivo, antes de ser punitivo. Uma elevada arrecadação de multas traduz má operação da malha viária ou algum esquema escuso. Esperamos que o ínclito secretário Municipal de Transportes apure este escândalo, ocorrido em área correlata à sua Secretaría, com o rigor e a honestidade que tem caracterizado a sua administração.
Outro assunto que foi notícia enfocava os veículos por anos abandonados nas vias públicas. A desculpa de que a lei não permite a remoção de veículos estacionados em local permitido, embora por anos, na via pública, é um erro de interpretação. No meu tempo, quem fazia esta remoção, por solicitação do Detran, era a Comlurb. Carro abandonado é lixo e, como tal, deve ser tratado, em benefício do bem estar público.
Esta é a minha colaboração, de consultoria gratuita, movido pela justa revolta de um saudosista, hoje mero pagador de impostos. http://www.jb.com.br/transito/noticias/2011/07/18/reboques-no-rio-eu-bem-que-desconfiava/

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