A van chega ao ponto, os passageiros descem. Só que o trocador vai com eles. O grupo caminha junto. Passa pela blitz da Polícia Militar, que acontece em frente ao batalhão. E poucos metros depois, entra de novo na mesma van.
Este é um dos muitos esquemas da máfia do transporte alternativo no Rio. Um esquema que, pelo rádio, reclama de multas com policiais.
Na cidade que vai receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, esse transporte está fatiado pelas milícias. Como pagam propinas e não são fiscalizadas, as vans exploradas pelas milícias colocam em risco os passageiros em veículos que são legalizados, mas andam superlotados e não cumprem a lei que reserva assentos gratuitos para passageiros como os da terceira idade. É por isso que essas vans usam vidros escuros, que são proibidos.
Este é um dos muitos esquemas da máfia do transporte alternativo no Rio. Um esquema que, pelo rádio, reclama de multas com policiais.
Na cidade que vai receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, esse transporte está fatiado pelas milícias. Como pagam propinas e não são fiscalizadas, as vans exploradas pelas milícias colocam em risco os passageiros em veículos que são legalizados, mas andam superlotados e não cumprem a lei que reserva assentos gratuitos para passageiros como os da terceira idade. É por isso que essas vans usam vidros escuros, que são proibidos.
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Para mostrar como é essa mina de ouro das milícias, durante dois meses o repórter Eduardo Faustini se apresentou como dono de van interessado em cadastrá-la em uma cooperativa da Zona Oeste do Rio e logo comprovou que o negócio das milícias é dinheiro sujo.
“Eu pago o pessoal todo da rua, a polícia toda do trânsito. Minha despesa aqui é de R$ 3,4 mil por semana”, explica Charlinho, da cooperativa Cooperpedra. “Aquele adesivo de trás, é do arrego dos policias daqui, entendeu?”. Arrego é a propina paga aos policiais.
O repórter do Fantástico conversa com o fiscal de uma cooperativa de vans na Zona Oeste do Rio. O fiscal é quem controla o movimento das vans no ponto final. Ele explica a ‘falsa’ situação: “Eu tenho uma empresinha de transporte e queria saber qual é a possibilidade de se botar um carro aí?”. O fiscal explica: “ É direto na cooperativa. Está R$ 180”
Em outra coopertiva, o valor é bem mais alto: R$ 91 por dia. E o homem completa: “Aí, tem mais um arrego de R$ 60 e mais um de R$ 10. É do arrego dos policiais daqui, entendeu?”
“Essas cooperativas foram criadas não como uma organização livre de trabalhadores para melhorar o desempenho do seu trabalho; elas foram criadas para extorquir os trabalhadores autônomos do sistema de transporte alternativo”, diz o diretor jurídico do Sindivans-RJ, José Guilherme Biserra.
O motorista de uma cooperativa legalizada tem que ratear somente as despesas da empresa, e não pagar a um dono para poder trabalhar. No esquema das milícias é tudo diferente. Primeiro, existe a figura do dono da cooperativa. Um motorista conta como é: “Eu pago R$ 250 por semana, todas as quintas-feiras. Sou obrigado a pagar. Se não pagar, sou ameaçado de não rodar”.
Depois vem o arrecadador, que é quem recolhe o dinheiro dos motoristas. “Cada linha administra de uma forma diferente essa arrecadação. Então, hoje existe a linha que você tem uma caixa no ponto final”, explica outra motorista.
Na caixa da cooperativa Rio da Prata, o dinheiro guardado saiu das mãos de um arrecadador conhecido pelo apelido de Tsunami. Uma parte do dinheiro vai para o dono das linhas da van. Uma única cooperativa chega a faturar R$ 170 mil por dia, segundo a CPI das Milícias. A outra parte do dinheiro vai para os policias.
“A gente tem que pagar o que eles pedem. Isso nos dá direito de ter excesso de passageiro, porque a intenção é: quanto mais passageiro você transporta, maior é o seu lucro no final do dia”, explica o motorista de van. A outra parte do dinheiro vai para os policiais.
O esquema acontece em frente a um batalhão da Polícia Militar, em um bairro da Zona Oeste do Rio. Uma trocadora diz que os passageiros têm que descer antes da blitz da PM. Depois da blitz, todo mundo embarca de novo. O trambique acontece porque a blitz é feita na frente do batalhão e oficiais participam dela.
Charlinho, da cooperativa Cooperpedra, é quem comanda o esquema. Diz que o dinheiro é distribuído e que paga até ao serviço secreto da Polícia Militar, conhecido como P2. “Eu perco um pedacinho para o tenente, eu perco um pedacinho para o P2 lá dentro. Minhas despesas aqui são de R$ 3,4 mil por semana”, diz Charlinho.
Mas quem que não quiser pagar sofrerá consequências. “Existe colega nosso que recebeu um total de 12 multas no mesmo dia”, alerta um motorista.
Charlinho reconhece que, às vezes, o acerto não impede o motorista de receber uma multa. Mas aí ele oferece um jeito: “Vai ser difícil chegar, mas se chegar, eu corro atrás de um amigo meu do Detran para anular a multa”.
Só que nem sempre ele consegue o que quer, como quando tentou impedir que duas vans fossem rebocadas. O papo não dá resultado. Mas é tanta intimidade que a máfia chega a ter o número dos rádios de quem deveria cuidar da lei.
Pelo rádio, chamamos um PM. Ele tira o aparelho do bolso e atende à chamada. No código do esquema, “futebol” é o arrego e “convite” é multa. Dizemos a ele: “A gente está no futebol do Fininho, mas a galera continua recebendo o convite em casa, entendeu? Então, o nosso intuito era ver se a gente conseguia fazer esse futebol de uma outra maneira”. O policial responde: “Passa por aqui para a gente poder conversar”.
Na rodoviária fica um posto da Polícia Militar de Campo Grande, bairro da Zona Oeste. No local, aparece mais uma figura do negócio criminoso: o pagador. Os motoristas dão dinheiro ao arrecadador, como os que trabalham para Charlinho. Então, o dinheiro vai para o encarregado de pagar a propina, Fininho, pagador da cooperativa Rio da Prata. Ele carrega um tesouro: o livro-caixa. “Com a quantidade arrecadada, é feita a divisão dos valores para cada policial e ele entrega de mão em mão”, explica um motorista de van.
Em um sábado à noite no posto da PM dentro da rodoviária de Campo Grande, Fininho chega de carro e entra no posto. Ele passa um tempo conversando com alguém lá dentro. Depois, vai embora. Charlinho é quem avisa à polícia quais vans pagaram e quais não. “Eu coloco um adesivo na frente e outro atrás, porque aí a polícia sabe que o carro está no esquema”.
O serviço começa às 7h. O auxiliar conhecido como Bombeirinho recebe e guarda o dinheiro, enquanto o auxiliar Eduardo anota a placa da van na lista de quem pagou. Já anoitecendo, Eduardo e Bombeirinho continuam colando adesivos. “Cada cor representa uma linha diferente e dá o direito de trabalhar tranquilo, sem o policial militar vir perturbar”, explica o motorista.
Charlinho não quer chamar atenção, por isso tem uma tática: “De dois em dois meses, eu mudo. Agora vai ser uma bola com as iniciais de Campo Grande, CG, e outro SC de Santa Cruz. Sempre estou mudando, para tirar um pouco da mídia.”.
“O sujeito, para poder fazer frente a esses custos, fica alucinado, sai em busca de passageiros de qualquer jeito. Ele não consegue fazer uma manutenção no seu veículo, porque não tem condição financeira’, conta o representante da Sindivan. E os passageiros viajam apertados. “Uma van tem 16 lugares, 15 passageiros mais o motorista. Tem vans que chegam a trafegar com 25, 28 pessoas”, completa.
O professor de Engenharia de Transporte da Coppe-UFRJ Ronaldo Balassiano alerta: “O motorista vai precisar de um maior espaço para qualquer freada que for dar, porque o veículo está mais pesado. Então, a chance dele causar algum acidente, inclusive fatal, com os passageiros é muito grande. A fiscalização praticamente não existe".
Tudo isso acontece na frente de quem deveria fiscalizar. Em um flagrante na Zona Sul do Rio, a van com passageiros em pé passa normalmente pelos guardas de trânsito. “Qualquer serviço dessa natureza sem fiscalização está fadado a ter problemas”, esclarece o professor.
O Rio tem cerca de 6 mil vans legalizadas. E de 6 mil a 8 mil piratas. Todas as vans do esquema mostrado nesta reportagem estão legalizadas.
Toda van tem que oferecer dois assentos para que tem passe de gratuidade, como estudante, idoso ou pessoa com deficiência. Um passageiro de 72 anos de idade não consegue embarcar. Ele está no Centro do Rio. É dispensando pelas vans, mas os guardas municipais nem notam. Foram 27 tentativas, no Centro e na Zona Oeste. Em algumas delas, ou as vans passaram direto ou não aceitaram o passageiro idoso. Ainda ofereceram apenas lugar em pé. “Já nem estranho mais, porque é o normal. É o que passa a terceira idade”, lamenta o passageiro.
Há três anos, o deputado estadual Marcelo Freixo presidiu a CPI das Milícias. “Nós identificamos o poder econômico das milícias. A mais importante é o transporte alternativo”, diz Freixo. Mais de mil pessoas foram investigadas e 220 indiciadas. Dos indiciados, mais de 20 foram assassinados, como o ex-vereador Nadinho. Desde então, o deputado vem sofrendo ameaças de morte. A mais recente foi no início deste mês.
“Eu pago o pessoal todo da rua, a polícia toda do trânsito. Minha despesa aqui é de R$ 3,4 mil por semana”, explica Charlinho, da cooperativa Cooperpedra. “Aquele adesivo de trás, é do arrego dos policias daqui, entendeu?”. Arrego é a propina paga aos policiais.
O repórter do Fantástico conversa com o fiscal de uma cooperativa de vans na Zona Oeste do Rio. O fiscal é quem controla o movimento das vans no ponto final. Ele explica a ‘falsa’ situação: “Eu tenho uma empresinha de transporte e queria saber qual é a possibilidade de se botar um carro aí?”. O fiscal explica: “ É direto na cooperativa. Está R$ 180”
Em outra coopertiva, o valor é bem mais alto: R$ 91 por dia. E o homem completa: “Aí, tem mais um arrego de R$ 60 e mais um de R$ 10. É do arrego dos policiais daqui, entendeu?”
“Essas cooperativas foram criadas não como uma organização livre de trabalhadores para melhorar o desempenho do seu trabalho; elas foram criadas para extorquir os trabalhadores autônomos do sistema de transporte alternativo”, diz o diretor jurídico do Sindivans-RJ, José Guilherme Biserra.
O motorista de uma cooperativa legalizada tem que ratear somente as despesas da empresa, e não pagar a um dono para poder trabalhar. No esquema das milícias é tudo diferente. Primeiro, existe a figura do dono da cooperativa. Um motorista conta como é: “Eu pago R$ 250 por semana, todas as quintas-feiras. Sou obrigado a pagar. Se não pagar, sou ameaçado de não rodar”.
Depois vem o arrecadador, que é quem recolhe o dinheiro dos motoristas. “Cada linha administra de uma forma diferente essa arrecadação. Então, hoje existe a linha que você tem uma caixa no ponto final”, explica outra motorista.
Na caixa da cooperativa Rio da Prata, o dinheiro guardado saiu das mãos de um arrecadador conhecido pelo apelido de Tsunami. Uma parte do dinheiro vai para o dono das linhas da van. Uma única cooperativa chega a faturar R$ 170 mil por dia, segundo a CPI das Milícias. A outra parte do dinheiro vai para os policias.
“A gente tem que pagar o que eles pedem. Isso nos dá direito de ter excesso de passageiro, porque a intenção é: quanto mais passageiro você transporta, maior é o seu lucro no final do dia”, explica o motorista de van. A outra parte do dinheiro vai para os policiais.
O esquema acontece em frente a um batalhão da Polícia Militar, em um bairro da Zona Oeste do Rio. Uma trocadora diz que os passageiros têm que descer antes da blitz da PM. Depois da blitz, todo mundo embarca de novo. O trambique acontece porque a blitz é feita na frente do batalhão e oficiais participam dela.
Charlinho, da cooperativa Cooperpedra, é quem comanda o esquema. Diz que o dinheiro é distribuído e que paga até ao serviço secreto da Polícia Militar, conhecido como P2. “Eu perco um pedacinho para o tenente, eu perco um pedacinho para o P2 lá dentro. Minhas despesas aqui são de R$ 3,4 mil por semana”, diz Charlinho.
Mas quem que não quiser pagar sofrerá consequências. “Existe colega nosso que recebeu um total de 12 multas no mesmo dia”, alerta um motorista.
Charlinho reconhece que, às vezes, o acerto não impede o motorista de receber uma multa. Mas aí ele oferece um jeito: “Vai ser difícil chegar, mas se chegar, eu corro atrás de um amigo meu do Detran para anular a multa”.
Só que nem sempre ele consegue o que quer, como quando tentou impedir que duas vans fossem rebocadas. O papo não dá resultado. Mas é tanta intimidade que a máfia chega a ter o número dos rádios de quem deveria cuidar da lei.
Pelo rádio, chamamos um PM. Ele tira o aparelho do bolso e atende à chamada. No código do esquema, “futebol” é o arrego e “convite” é multa. Dizemos a ele: “A gente está no futebol do Fininho, mas a galera continua recebendo o convite em casa, entendeu? Então, o nosso intuito era ver se a gente conseguia fazer esse futebol de uma outra maneira”. O policial responde: “Passa por aqui para a gente poder conversar”.
Na rodoviária fica um posto da Polícia Militar de Campo Grande, bairro da Zona Oeste. No local, aparece mais uma figura do negócio criminoso: o pagador. Os motoristas dão dinheiro ao arrecadador, como os que trabalham para Charlinho. Então, o dinheiro vai para o encarregado de pagar a propina, Fininho, pagador da cooperativa Rio da Prata. Ele carrega um tesouro: o livro-caixa. “Com a quantidade arrecadada, é feita a divisão dos valores para cada policial e ele entrega de mão em mão”, explica um motorista de van.
Em um sábado à noite no posto da PM dentro da rodoviária de Campo Grande, Fininho chega de carro e entra no posto. Ele passa um tempo conversando com alguém lá dentro. Depois, vai embora. Charlinho é quem avisa à polícia quais vans pagaram e quais não. “Eu coloco um adesivo na frente e outro atrás, porque aí a polícia sabe que o carro está no esquema”.
O serviço começa às 7h. O auxiliar conhecido como Bombeirinho recebe e guarda o dinheiro, enquanto o auxiliar Eduardo anota a placa da van na lista de quem pagou. Já anoitecendo, Eduardo e Bombeirinho continuam colando adesivos. “Cada cor representa uma linha diferente e dá o direito de trabalhar tranquilo, sem o policial militar vir perturbar”, explica o motorista.
Charlinho não quer chamar atenção, por isso tem uma tática: “De dois em dois meses, eu mudo. Agora vai ser uma bola com as iniciais de Campo Grande, CG, e outro SC de Santa Cruz. Sempre estou mudando, para tirar um pouco da mídia.”.
“O sujeito, para poder fazer frente a esses custos, fica alucinado, sai em busca de passageiros de qualquer jeito. Ele não consegue fazer uma manutenção no seu veículo, porque não tem condição financeira’, conta o representante da Sindivan. E os passageiros viajam apertados. “Uma van tem 16 lugares, 15 passageiros mais o motorista. Tem vans que chegam a trafegar com 25, 28 pessoas”, completa.
O professor de Engenharia de Transporte da Coppe-UFRJ Ronaldo Balassiano alerta: “O motorista vai precisar de um maior espaço para qualquer freada que for dar, porque o veículo está mais pesado. Então, a chance dele causar algum acidente, inclusive fatal, com os passageiros é muito grande. A fiscalização praticamente não existe".
Tudo isso acontece na frente de quem deveria fiscalizar. Em um flagrante na Zona Sul do Rio, a van com passageiros em pé passa normalmente pelos guardas de trânsito. “Qualquer serviço dessa natureza sem fiscalização está fadado a ter problemas”, esclarece o professor.
O Rio tem cerca de 6 mil vans legalizadas. E de 6 mil a 8 mil piratas. Todas as vans do esquema mostrado nesta reportagem estão legalizadas.
Toda van tem que oferecer dois assentos para que tem passe de gratuidade, como estudante, idoso ou pessoa com deficiência. Um passageiro de 72 anos de idade não consegue embarcar. Ele está no Centro do Rio. É dispensando pelas vans, mas os guardas municipais nem notam. Foram 27 tentativas, no Centro e na Zona Oeste. Em algumas delas, ou as vans passaram direto ou não aceitaram o passageiro idoso. Ainda ofereceram apenas lugar em pé. “Já nem estranho mais, porque é o normal. É o que passa a terceira idade”, lamenta o passageiro.
Há três anos, o deputado estadual Marcelo Freixo presidiu a CPI das Milícias. “Nós identificamos o poder econômico das milícias. A mais importante é o transporte alternativo”, diz Freixo. Mais de mil pessoas foram investigadas e 220 indiciadas. Dos indiciados, mais de 20 foram assassinados, como o ex-vereador Nadinho. Desde então, o deputado vem sofrendo ameaças de morte. A mais recente foi no início deste mês.
Segundo a Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio, o mandante seria o ex-PM Toni Ângelo. Ele assumiu a milícia de Campo Grande depois das prisões do ex-PM Ricardo Teixeira, o Batman, do ex-vereador Jerominho Guimarães e do irmão dele, o ex-deputado estadual Natalino Guimarães. Os milicianos também ameaçam e matam uns aos outros. Em 2009, Getúlio Gamas foi assassinado. Ele era presidente da cooperativa de Rio das Pedras.
A caixa de dinheiro que aparece nesta reportagem é da cooperativa Rio da Prata. A cooperativa foi presidida por César Moraes Gouveia. Ele é citado no relatório final da CPI das Milícias em uma denúncia de que faria parte da milícia comandada pelo ex-vereador Jerominho, que está em um presídio federal junto com Natalino e Batman.
Todo o esquema abordado nessa reportagem acontece enquanto a Prefeitura do Rio abre licitação para novas linhas de vans e bandidos já aproveitam para extorquir os motoristas. Um deles trabalha em uma linha que cruza a favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Ele diz que um homem chamado Sapatinho, o arrecadador da linha, já está cobrando comissão. “O Sapatinho está obrigando a gente a pagar R$ 2 mil. Inclusive eu já paguei, e muitos já pagaram, para poder entrar na licitação”.
A Prefeitura do Rio e a Polícia Militar informam que vão investigar a denúncia do Fantástico. “A Prefeitura irá intensificar toda parte de fiscalização, apreendendo os veículos que não estão atendendo às normas”, garante o procurador-geral do Rio de Janeiro Fernando Dionísio.
O coronel Frederico Caldas, coordenador de Comunicação Social da PM-RJ anunciou: “Através da Corregedoria da Polícia Militar, em conjunto com a unidade da área, vamos tentar identificar um eventual envolvimento de policiais com esse tipo de delito. Não toleraremos qualquer tipo de envolvimento escuso por parte de policiais. A sociedade não tolera mais esse tipo de comportamento e a farda só pode ser vestida por aqueles que tenham força e honra”.
Segundo a Prefeitura, as novas licitações de cooperativas têm regras para impedir que criminosos se aproveitem das vans. “Não só a cooperativa, os seus dirigentes e todos os motoristas, eles são obrigados a apresentar uma certidão negativa tanto da Secretaria de Segurança do estado como da Polícia Federal, demonstrando que não há qualquer processo-crime contra eles”, diz o procurador-geral do Rio.
E a Polícia Militar informa que, nos últimos 19 meses, mais de 10 mil vans foram fiscalizadas, e 1.146 infrações, aplicadas.
A caixa de dinheiro que aparece nesta reportagem é da cooperativa Rio da Prata. A cooperativa foi presidida por César Moraes Gouveia. Ele é citado no relatório final da CPI das Milícias em uma denúncia de que faria parte da milícia comandada pelo ex-vereador Jerominho, que está em um presídio federal junto com Natalino e Batman.
Todo o esquema abordado nessa reportagem acontece enquanto a Prefeitura do Rio abre licitação para novas linhas de vans e bandidos já aproveitam para extorquir os motoristas. Um deles trabalha em uma linha que cruza a favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Ele diz que um homem chamado Sapatinho, o arrecadador da linha, já está cobrando comissão. “O Sapatinho está obrigando a gente a pagar R$ 2 mil. Inclusive eu já paguei, e muitos já pagaram, para poder entrar na licitação”.
A Prefeitura do Rio e a Polícia Militar informam que vão investigar a denúncia do Fantástico. “A Prefeitura irá intensificar toda parte de fiscalização, apreendendo os veículos que não estão atendendo às normas”, garante o procurador-geral do Rio de Janeiro Fernando Dionísio.
O coronel Frederico Caldas, coordenador de Comunicação Social da PM-RJ anunciou: “Através da Corregedoria da Polícia Militar, em conjunto com a unidade da área, vamos tentar identificar um eventual envolvimento de policiais com esse tipo de delito. Não toleraremos qualquer tipo de envolvimento escuso por parte de policiais. A sociedade não tolera mais esse tipo de comportamento e a farda só pode ser vestida por aqueles que tenham força e honra”.
Segundo a Prefeitura, as novas licitações de cooperativas têm regras para impedir que criminosos se aproveitem das vans. “Não só a cooperativa, os seus dirigentes e todos os motoristas, eles são obrigados a apresentar uma certidão negativa tanto da Secretaria de Segurança do estado como da Polícia Federal, demonstrando que não há qualquer processo-crime contra eles”, diz o procurador-geral do Rio.
E a Polícia Militar informa que, nos últimos 19 meses, mais de 10 mil vans foram fiscalizadas, e 1.146 infrações, aplicadas.
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