Adriane Mendes
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O delegado Luís Antonio Lara, do 8.º Distrito Policial, revelou que fará a reconstituição do caso ocorrido em julho, no qual dois integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) de Sorocaba são acusados de executar Leandro de Souza Alonso, 24 anos, no Parque das Laranjeiras, após perseguição iniciada na Vila Angélica. A direção do Instituto de Criminalística (IC) - Núcleo Sorocaba - acredita que a reconstituição ocorra ainda neste ano. A denúncia de execução partiu de uma testemunha ouvida por provimento.
De acordo com o delegado que preside o inquérito, a reconstituição vai servir para esclarecer alguns pontos duvidosos, que ele não especificou. "Os dois GCMs foram ouvidos, bem como a testemunha que afirma que a vítima foi executada, sem chances de defesa, e a reconstituição vai servir para podermos esclarecer divergências", explicou Lara.
A requisição para a reconstituição, acompanhada das principais peças do inquérito, foi digitada ontem com pedido de brevidade para sua realização. O diretor do IC de Sorocaba, José Augusto Marinho Mauad, disse que entre a chegada da requisição e o tempo de agendamento e convocação das partes, o prazo médio para que a reconstituição ocorra varia de 30 a 40 dias. Por isso, aposta que o procedimento ocorra ainda neste ano. Segundo ele, o período da solicitação à realização dos serviços também serve para que os peritos estudem o inquérito para saber como proceder no dia da reconstituição.
O caso
Conforme registro policial no Plantão Norte, de "receptação, posse irregular de arma de fogo e resistência", na noite de 18 de julho os GCMs Maurício Ferreira, 39 anos, e Paulo Roberto de Moraes, 34 anos, teriam iniciado a perseguição a um VW Fox (placa AOT-4068, de Jandira), nas proximidades do Centro Esportivo "Dr. Pitico", na Vila Angélica. O motorista do Fox teria saído em alta velocidade ao notar o giroflex ligado da viatura. Depois bateu o veículo num poste, nas imediações do número 3.140 da avenida Itavuvu, no Parque das Laranjeiras.
O condutor do carro em fuga, identificado dois dias depois por um tio como sendo Leandro de Souza Alonso, teria deixado o veículo e atirado contra a viatura. O GCM Maurício revidou e acertou um tiro na perna do suspeito. Porém, conforme a ocorrência, mesmo ferido Leandro teria continuado a disparar contra os guardas, "que revidaram atingindo o condutor que acabou por cair". Consta no boletim de ocorrência que Leandro foi levado pelos GCMs ao Pronto-Atendimento da zona norte, onde morreu. E ainda que em poder da vítima, que dirigia carro com queixa de furto em Jandira, foi apreendido um revólver calibre 38 com numeração raspada, com quatro cartuchos íntegros e dois deflagrados. O motorista ainda teria uma tesoura na cintura.
A pistola calibre 380, que estava com o GCM Paulo Roberto, estaria com 15 cartuchos íntegros, e a arma do mesmo modelo, usada pelo GCM Maurício, tinha nove cartuchos íntegros. A quantidade de deflagrados não foi informada. O registro também não menciona quantos tiros acertaram a vítima, e em quais partes do corpo. Segundo uma testemunha, a vítima "corria desesperadamente sem atirar em ninguém, tomou um tiro e mergulhou na calçada, e ao tentar se levantar levou mais três tiros. O que eu ví aí foi uma execução. Ele estava caído na calçada e levou mais três tiros", declarou na época dos fatos. Ela também contou que o socorro prestado pelos guardas teria sido "tão rápido que nem marca de sangue ficou no chão. Arrastaram ele como um saco de lixo e o jogaram na viatura". A mesma pessoas descreveu detalhes da viatura utilizada pelos GCMs naquela noite.
Em nota, a GCM informou, por meio da Secretaria de Comunicação da Prefeitura, que "os guardas envolvidos na ocorrência passaram por acompanhamento psicológico e continuam exercendo suas atividades normalmente".
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