Seguidores

sexta-feira, 8 de abril de 2011

NOTÍCIAS E OCORRÊNCIAS DAS GUARDAS MUNICIPAIS-SUA POLÍCIA ADMINISTRATIVA

Veja o corpo do atirador que matou 11 alunos em escola de Realengo.

Realengo: 'Se chegasse antes poderia evitar muita coisa', afirma sargento.






O Globo
Tamanho do texto
A A A
RIO - Um profissional que deveria estar presente nas escolas como condição básica de segurança simplesmente não existe na rede municipal de ensino. Segundo o gabinete da vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB) e o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), a prefeitura não possui em seus quadros porteiros para atuarem no controle de acesso aos colégios. E um ofício da Secretaria de Educação, de julho do ano passado, ao qual o GLOBO teve acesso mostra que a quantidade de inspetores seria insuficiente: à época, eram apenas 550 para um total de 1.063 unidades.
Não podemos dizer que essa tragédia poderia ter sido evitada, mas se tivéssemos um número adequado de profissionais, um espaço escolar mais bem organizado, poderia ter sido dificultada
— Não podemos dizer que essa tragédia poderia ter sido evitada, mas se tivéssemos um número adequado de profissionais, um espaço escolar mais bem organizado, poderia ter sido dificultada. Não dá para pensar em colocar um policial na porta de cada escola, mas, sem profissionais de apoio, os colégios se transformam em alvo fácil — afirma a coordenadora- geral do Sepe, Maria Beatriz Lugão.
Parentes e amigos aguardam notícias em frente à escola logo após a tragédia (Foto: Fernando Maia / Agência O Globo)
A Secretaria de Educação não se manifestou sobre o assunto ontem. De acordo com o vereador Paulo Pinheiro (PPS), em novembro do ano passado, a prefeitura chegou a iniciar um processo de contratação de porteiros para as escolas. Houve suspeitas de que as vagas estavam sendo loteadas através de indicação política. As denúncias geraram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ainda em andamento.
— O contrato foi suspenso em janeiro pela própria Secretaria de Educação no mesmo dia em que a abertura da CPI foi aprovada. Agora, pretendemos elaborar propostas para que esses profissionais fundamentais sejam contratados, mas de forma correta — diz Paulo Pinheiro.
Fundadora do projeto Uerê, voltado para o desenvolvimento cognitivo de crianças que sofrem com a violência, a artista plástica Yvonne Bezerra de Mello desenvolve seu programa atualmente em 17 unidades de rede municipal. Ela destaca que a presença dos porteiros seria mesmo fundamental para melhorar a segurança e que inexiste atualmente nas escolas. Para a recuperação do aprendizado normal dos estudantes da Tasso da Silveira, palco do massacre de ontem, Yvonne acredita que seja preciso entre seis meses e dois anos.
— As pessoas vão ficar com muito medo, terá que haver um cuidado especial com a questão da evasão. O fato vai ter que ser discutido na sala de aula e será fundamental passar aos estudantes a sensação de que estão num local seguro — comenta Yvonne, que acrescenta: — Foi uma tragédia anunciada. Através de pequenos fatores como furtos, depredações, já era possível ver que as coisas estão mudando, o respeito que sempre houve em relação à escola está acabando.
A Guarda Municipal informou que, das 1.063 escolas municipais, 689 estão na lista das que recebem a ronda escolar da corporação. Atualmente, o grupamento que cuida dos colégios conta com um efetivo de 158 agentes, sendo 45 mulheres. Somente em 2010, os guardas registraram 78.282 visitas e 1.358 ocorrências. Cada passagem é atestada por um profissional da unidade. De acordo com o comandante da corporação, coronel Lima Castro, a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, está na lista da ronda escolar, mas era considerada tranquila, sem nenhum problema grave registrado.
A tensão está instalada de um modo geral. A loucura nunca se apresentou com essa face aqui no Brasil. Todos vão compartilhar desse espanto. Mas a gente vai ter que ter muita calma, fazer um esforço coletivo de absorver isso. Vai haver pais em pânico, outros que compreendem, mas a esperança é que permaneça o bom senso
A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que também faz rondas em unidades da rede municipal quando é solicitada. Mas ressaltou que o caso de ontem é “uma fatalidade ímpar” e que “não parece que o ocorrido fosse evitável por ronda de quem quer que seja”.
Após o massacre de ontem, a Câmara dos Vereadores deve votar em regime de urgência, em segunda discussão nos próximos dias, um projeto de lei de 2006, de autoria de Teresa Bergher (PSDB), que prevê que todos os colégios municipais sejam obrigados a instalar detectores de metais em seus acessos, sob pena de multa.
— Não é possível que alguém entre armado dentro de uma escola sem que ninguém faça nada — ressalta a vereadora.
Nas escolas particulares, o vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe Rio), Edgar Flexa Ribeiro, diz que o momento é de tentar manter a calma e o bom senso.
— A tensão está instalada de um modo geral. A loucura nunca se apresentou com essa face aqui no Brasil. Todos vão compartilhar desse espanto. Mas a gente vai ter que ter muita calma, fazer um esforço coletivo de absorver isso. Vai haver pais em pânico, outros que compreendem, mas a esperança é que permaneça o bom senso — afirma Flexa Ribeiro, rechaçando medidas como, por exemplo, a instalação de detectores de metais nos acessos às unidades.http://extra.globo.com/casos-de-policia/escolas-municipais-nao-tem-porteiro-1538000.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário