Vídeo comprova uso de guardas municipais na segurança de amigos de Olarte

No mesmo vídeo Olarte demonstra usar fotos no melhor estilo “papagaio de pirata” e a bajulação sem limites para mostrar a força do aço de sua blindagem jurídica.

Olarte e Cézar Afonso/Foto:arquivo

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Imagens comprovam o que o MS Notícias já havia divulgado no início de maio, Guardas Municipais são usados como guarda pretoriana de Gilmar Olarte (PP por liminar) em favor de amigos. Esse tipo de comando difere muito até mesmo de um rascunho de democracia e definitivamente não é republicano. Campo Grande parece ter se transformado em uma base de resistência da ditadura que começou a ser banida do país com a eleição de Tancredo Neves em 1985, e que num primeiro momento não foi plenamente satisfatória porque, lá como cá, assumiu um vice cheio de pecados.

Conforme já havia sido publicado no MS Notícias:

“professor César Afonso, amigo do prefeito Gilmar Olarte, chegou a ser nomeado titular da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), porém diante de problemas que se agravaram em sua gestão entregou o cargo. Depois, Olarte tentou alocar César na Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), na Semed (Secretaria Municipal de Educação), tentou fazer dele presidente regional do PP, e fracassou, então acabou se contentando em manter César como seu fiel aliado, ao seu lado em diversos eventos oficiais, embora não ocupe cargo na Prefeitura.

O Ministério Público Estadual recebeu denúncia de que César e sua esposa, Celia Pires Mendes, servidora municipal, estão sendo escoltados por guardas municipais, como guarda-costas do casal amigo do Prefeito, e abriu inquérito (nº 118/2014), conduzido pela 30ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, para investigar como e por que Olarte permitiu que guardas municipais fizessem a escolta pessoal do casal, sem autorização legal.”

Nessa gravação que consta “daquele” processo que "dormita" no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, durante conversa telefônica feita com autorização da Justiça, entre Olarte e César, fica evidente o uso da Guarda Municipal para proteção pessoal do amigo.

Fama

No melhor estilo “deslumbrado” em outro trecho da gravação, também com autorização judicial, Olarte ordena ao ex-superintendente de comunicação, Edson Godoy e irmão de fé (de acordo com o tratamento no vídeo) que utilize todo o material fotográfico possível entre Olarte e figuras do Judiciário para demonstrar sua “suposta” força e blindagem.

“Eu tenho foto com o Felix Fischer, tenho fotos com outros ministros (...) a procuradora vai estar em Campo Grande (...) nós vamos recebê-la (...) um outro ministro, loirão alto, vai estar aqui proferindo uma palestra (...) vou comer um peixe com ele (...) dá pra aproveitar isso ai e bombá, bombá, bombá...”

Depois dessa demonstração de “eu tenho amigos”, demonstra estar bem informado, com informações talvez obtidas de conversas informais, sobre os rumos de alguns dos processos. Olarte já declarou publicamente que tem forças no Tribunal de Justiça, a Câmara Municipal é useira e vezeira de demonstrar seu especial apreço pela sua criação, o prefeito empossado, que sequer se digna a cumprir os ritos republicanos de responder os raros requerimentos que são aprovados.

Nessa estranha inversão de poderes, a Câmara vai na toada de um líder que já abandonou o barco por não conseguir o respeito e correspondência dos secretários municipais, mas que se mantém interino  pelo fato de ninguém querer assumir o cargo, e tem mais autoridade naquela casa do que o próprio presidente que, em épocas de ebulição, se mantém afastado do plenário. Tanto faz ou tanto fez que arraste para a fogueira das almas os vereadores que necessitarão votos para se manterem no caminhar político, uma vez que ele próprio, Edil Albuquerque (PMDB) já assegurou que não concorrerá a mais uma legislatura.