Rio - Policiais da Corregedoria da Polícia Civil, em conjunto com o
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco) do Ministério Público do Rio (MP-RJ), prenderam, nesta
quinta-feira, um delegado, três policiais civis, um guarda municipal
e um advogado. Todos foram presos ainda no início da manhã nos
municípios de Três Rios, Valença, Resende, Conceição de Macabu
e Macaé.
Eles são acusados de transformar a 122ª DP (Conceição de Macabu),
no Norte Fluminense, em um "balcão de negócios". O grupo é
denunciado por extorsão mediante sequestro, extorsão simples,
formação de quadrilha e prevaricação. Dois agentes foram presos
na 89ª DP (Resende), no Sul do Estado. No armário de um deles foi
encontrada uma arma com numeração raspada. Nove mandados de
busca e apreensão também são cumpridos.
A organização criminosa era liderada por Roldenyr Alvez Cravo, delegado
titular da 122ª DP à época dos delitos, segundo a denúncia. A quadrilha
começou a ser constituída, de acordo com o Gaeco, quando o
Roldenyr assumiu a titularidade da distrital de Conceição de Macabu,
em meados do mês de julho de 2011, trazendo com ele sua equipe
deconfiança, os inspetores Dennes Garcia Moreno Júnior, Marcos
Vinícius Lopes e Claudio José de Faria, todos denunciados.
De acordo com a denúncia do Gaeco, em uma das ações criminosas
, em agosto do ano passado, a quadrilha privou a liberdade de um
comerciante e, por intermédio do Guarda Municipal, exigiram a
quantia de R$ 25 mil em dinheiro como condição para a sua libertação.
“Na ocasião, o denunciado José Eduardo Santos, dirigindo uma
viatura oficial da 122ª DP, compareceu à oficina da vítima, onde afirmou
que aquele local era utilizado para desmanche de veículos roubados.
Obrigada a comparecer à referida delegacia munida de toda a
documentação que comprovasse a regularidade do seu estabelecimento
comercial, a vítima foi colocada em uma sala no fim do corredor,
onde permaneceu com a liberdade restringida. A vítima somente
depois de se comprometer a pagar R$ 1.500 foi libertada”, relata
texto da denúncia.
Em outubro do ano passado, o mesmo comerciante, segundo o
Gaeco, foi novamente vítima dos criminosos. A quadrilha exigiu o
pagamento de R$ 12 mil em dinheiro para que o depósito de areia
do comerciante não fosse interditado. Os denunciados também
exigiram a transferência, por meio de contrato, de todo o maquinário
empenhado em sua atividade empresarial, como preço para garantir
que o depósito de areia da vítima não fosse interditado.
A apuração das atividades da quadrilha armada foi iniciada a partir
de relatório enviado pelo Promotor de Justiça titular de Conceição
de Macabu, Ricardo Zouein, ao Procurador-Geral de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Lopes, que acionou a Secretaria
de Segurança Pública e o Gaeco para investigar os fatos noticiados.
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