Colaboração: bruno de souza
População também se revela insatisfeita com a Guarda Municipal e o Ministério Público
FRANCISCO EDSON ALVES
Rio - A Polícia Federal (PF) é a instituição mais bem avaliada pela população do Estado do Rio. Pesquisa encomendada pelo DIA ao Instituto Gerp aponta que mais da metade dos fluminenses (55%) considera ótimo e bom o trabalho da PF. Numa escala de 1 (péssimo) a 5 (ótimo), as piores avaliações foram para a Polícia Militar e a Justiça, ambas com nota média de 2,48 pontos.
A PF obteve 3,55 pontos. Em seguida veio a tropa de elite da PM, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que ganhou nota média de 3,51. Depois aparecem a Polícia Civil (3,06), o Batalhão de Choque da PM (3), o Ministério Público (2,73) e a Guarda Municipal (2,56).Para João Tancredo, advogado e presidente do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, especialista em segurança pública, a pesquisa reflete certo distanciamento do conhecimento do povo em relação à atuação das instituições.
Foto: Arte: O Dia“A PF é mais fácil de se avaliar positivamente, pois suas atividades, de certa forma, estão mais longe dos aglomerados de cidadãos. Já a PM e a Justiça têm mais demandas no dia a dia, estão mais próximas da população e, claro, mais problemas. Por isso são mal avaliadas. A verdade é que tudo cai na conta dessas duas instituições”, opina Tancredo.
Investimentos
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança informou que, desde 2007, vem fazendo investimentos na formação e treinamento de policiais civis e militares. Além disso, investe na construção de importantes e modernos equipamentos, como é o caso da Cidade da Polícia e do Centro Integrado de Comando e Controle. A nota também cita as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que beneficiam mais de 1,5 milhão de pessoas.“Cabe ressaltar que o orçamento do Estado para a segurança saltou de R$ 2,3 bilhões em 2007 para R$ 9,1 bilhões em 2014”, diz a secretaria.O comandante da Guarda Municipal, inspetor Rodrigo Fernandes, ressaltou que a corporação “é uma instituição relativamente nova e vem investindo em cursos e treinamentos para qualificar seu efetivo”. “Dobramos o número de guardas na gestão atual, fazendo com que a corporação esteja mais presente no dia a dia da população, auxiliando o carioca em diversos momentos, do trânsito até o ordenamento nas praias”, afirma Fernandes.
O Tribunal de Justiça do Rio e o Ministério Público do Estado (MPE-RJ) não se manifestaram sobre a pesquisa. Em sua página na internet, a PF do Rio ressalta que faz avaliação permanente dos serviços que presta.
A morosidade da Justiça é uma das possíveis causas da má avaliação da instituição. “A demora no andamento de processos traz revolta, desespero e indignação”, desabafa o sargento reformado da PM Gilson Nascimento de Souza, de 41 anos. Há quatro anos ele ainda espera pela fase pericial de seu processo contra a Ampla, iniciado na 1ª Vara Cível de Itaboraí, onde até hoje só houve uma audiência do caso.Em julho de 2009, Gilson sofreu uma descarga de 13,2 mil volts ao encostar num transformador instalado pela concessionária a menos de 50 cm do terraço de sua casa.
“No acidente, ele perdeu os braços e teve séria lesão na perna esquerda. Isso acabou com sua carreira e o deixou totalmente incapaz e dependente da mulher e dos filhos. Infelizmente, nesse ritmo, prevejo mais uns seis ou sete anos para o fim do processo”, lamenta Elizabeth Antunes, advogada de Gilson, que pede quatro mil salários mínimos (R$ 2,8 milhões) de indenização por danos morais, materiais e estéticos, além de pensão vitalícia para os filhos dele. A Ampla recorre da acusação.
Ações de maior visibilidade
Ações da Polícia Federal, quase sempre com cenas de cinema, chamam a atenção e ajudam a elevar a credibilidade da instituição. Uma das últimas prisões, por exemplo, rendeu elogios aos agentes da Delegacia da PF de Volta Redonda, no Sul Fluminense.Na terça-feira, o auditor fiscal da Receita Federal José Cassoni Rodrigues Gonçalves foi preso dentro da delegacia. Ele é acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva, ocultação de ativos, evasão de divisas, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. As fraudes resultaram em um rombo de mais de R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Cassoni foi desmascarado ao tentar tirar passaporte para fugir do país com documento falso.
A PF obteve 3,55 pontos. Em seguida veio a tropa de elite da PM, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que ganhou nota média de 3,51. Depois aparecem a Polícia Civil (3,06), o Batalhão de Choque da PM (3), o Ministério Público (2,73) e a Guarda Municipal (2,56).Para João Tancredo, advogado e presidente do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, especialista em segurança pública, a pesquisa reflete certo distanciamento do conhecimento do povo em relação à atuação das instituições.
Foto: Arte: O Dia“A PF é mais fácil de se avaliar positivamente, pois suas atividades, de certa forma, estão mais longe dos aglomerados de cidadãos. Já a PM e a Justiça têm mais demandas no dia a dia, estão mais próximas da população e, claro, mais problemas. Por isso são mal avaliadas. A verdade é que tudo cai na conta dessas duas instituições”, opina Tancredo.
Investimentos
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança informou que, desde 2007, vem fazendo investimentos na formação e treinamento de policiais civis e militares. Além disso, investe na construção de importantes e modernos equipamentos, como é o caso da Cidade da Polícia e do Centro Integrado de Comando e Controle. A nota também cita as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que beneficiam mais de 1,5 milhão de pessoas.“Cabe ressaltar que o orçamento do Estado para a segurança saltou de R$ 2,3 bilhões em 2007 para R$ 9,1 bilhões em 2014”, diz a secretaria.O comandante da Guarda Municipal, inspetor Rodrigo Fernandes, ressaltou que a corporação “é uma instituição relativamente nova e vem investindo em cursos e treinamentos para qualificar seu efetivo”. “Dobramos o número de guardas na gestão atual, fazendo com que a corporação esteja mais presente no dia a dia da população, auxiliando o carioca em diversos momentos, do trânsito até o ordenamento nas praias”, afirma Fernandes.
O Tribunal de Justiça do Rio e o Ministério Público do Estado (MPE-RJ) não se manifestaram sobre a pesquisa. Em sua página na internet, a PF do Rio ressalta que faz avaliação permanente dos serviços que presta.
Gilson de Souza: em quatro anos, apenas uma audiência judicial
Foto: DivulgaçãoDemora no andamento de processos gera queixas A morosidade da Justiça é uma das possíveis causas da má avaliação da instituição. “A demora no andamento de processos traz revolta, desespero e indignação”, desabafa o sargento reformado da PM Gilson Nascimento de Souza, de 41 anos. Há quatro anos ele ainda espera pela fase pericial de seu processo contra a Ampla, iniciado na 1ª Vara Cível de Itaboraí, onde até hoje só houve uma audiência do caso.Em julho de 2009, Gilson sofreu uma descarga de 13,2 mil volts ao encostar num transformador instalado pela concessionária a menos de 50 cm do terraço de sua casa.
“No acidente, ele perdeu os braços e teve séria lesão na perna esquerda. Isso acabou com sua carreira e o deixou totalmente incapaz e dependente da mulher e dos filhos. Infelizmente, nesse ritmo, prevejo mais uns seis ou sete anos para o fim do processo”, lamenta Elizabeth Antunes, advogada de Gilson, que pede quatro mil salários mínimos (R$ 2,8 milhões) de indenização por danos morais, materiais e estéticos, além de pensão vitalícia para os filhos dele. A Ampla recorre da acusação.
Ações de maior visibilidade
Ações da Polícia Federal, quase sempre com cenas de cinema, chamam a atenção e ajudam a elevar a credibilidade da instituição. Uma das últimas prisões, por exemplo, rendeu elogios aos agentes da Delegacia da PF de Volta Redonda, no Sul Fluminense.Na terça-feira, o auditor fiscal da Receita Federal José Cassoni Rodrigues Gonçalves foi preso dentro da delegacia. Ele é acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva, ocultação de ativos, evasão de divisas, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. As fraudes resultaram em um rombo de mais de R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Cassoni foi desmascarado ao tentar tirar passaporte para fugir do país com documento falso.
Agentes da PF fizeram a segurança da Papa Francisco ano passado
Foto: DivulgaçãoOs holofotes se voltaram para a Polícia Federal também durante a visita do Papa Francisco ao Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude, no ano passado. Setecentos policiais altamente treinados, inclusive em prevenção de ataques a bombas, tiveram a missão de proteger o Pontífice. Nem as ‘escapulidas’ de Francisco, que por várias vezes ficou perto dos fiéis, tiraram o brilho dos ‘anjos do Papa’.
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