A polícia espanhola anunciou hoje o desmantelamento de uma rede de exploração sexual de brasileiros, que recrutava as vítimas através de redes sociais e correio eletrónico, tendo detido 22 suspeitos por favorecimento à imigração ilegal e prostituição.
Em comunicado, a Direção Geral da Polícia e da Guarda Civil adianta que a rede introduziu em Espanha mais de cem homens e mulheres provenientes do Brasil para serem explorados sexualmente. Algumas dessas pessoas eram transexuais.
Vinte e dois suspeitos foram detidos, em Gerona, por favorecimento à imigração ilegal e crimes contra os direitos dos trabalhadores e relativos à prostituição e associação ilícita, numa operação que se estendeu a Barcelona e envolveu cerca de cem agentes da polícia espanhola.
Dois dos detidos ficaram em prisão preventiva. As investigações decorreram durante ano e meio, tendo as autoridades espanholas contado com a colaboração das congéneres brasileiras.
As vítimas recrutadas adquiriam uma "dívida" com os membros da organização, que oscilava entre os 2500 e os 9000 euros, consoante fossem mulheres ou homens, e que tinham que saldar com a prática da prostituição.
A "dívida" ia aumentando, arbitrariamente, com o pagamento da estada nos clubes de alterne onde se prostituíam (70 euros diários), das multas por infração de normas de comportamento, dos serviços de eletricidade, telefone e televisão, o que "escravizava" as vítimas.
Além das detenções, a polícia efetuou sete buscas domiciliárias, das quais resultou a apreensão de 74 203 euros em dinheiro, equipamento informático, 400 gramas de marijuana e duas balanças de precisão.
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