Prof. Fábio ANDRÉ. Mestrando em Riscos Laborais.
Quais os possíveis alvos?
“ | Nenhuma definição pode abarcar todas as variedades de terrorismo que existiram ao longo da história. ”
Tropas do Exército participam de blitz na região do Complexo Esportivo de Deodoro, como treino de segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016
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1- O que é Terrorismo? é o uso de violência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, pânico e, assim, obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população do território. É utilizado por uma grande gama de instituições como forma de alcançar seus objetivos, como organizações políticas, grupos separatistas e até por governos no poder. Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Terrorismo
2- Jogos Olímpicos: As maiores ameaças são internas ou externas?
3- Crime Organizado? Será esta uma oportunidade para investidas?
4- Grupos terroristas? Será esta uma oportunidade para investidas?
- Jogos Olímpicos: Quais os Riscos possíveis x prováveis?
- Informação e contra informação a quem interessa?
- Quem ganha e quem perde?
4.1- Abin confirma ameaça terrorista contra o Brasil; Lobos "Solitários" Preocupam.
A possibilidade de ameaça terrorista no Brasil tomou fôlego novamente esta semana depois que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) confirmou a autenticidade de um perfil e de uma mensagem postada em novembro do ano passado.
"Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse País de merda”.
Um suposto integrante do Estado Islâmico postou no Twitter uma ameaça ao país. A mensagem "Brasil, vocês são nosso próximo alvo" foi postada em novembro do ano passado pelo francês Maxime Hauchard, logo após os atentados que deixaram 129 mortos e dezenas de feridos, na França, mas só nessa quarta-feira (13) a Abin confirmou a informação.
Embora alguns poucos sites tenham divulgado a existência da mensagem já à época, como o da rádio francesa Tendance Ouest, no Brasil o assunto só foi tornado público ontem, após o diretor do Departamento de Contraterrorismo da Abin, Luiz Alberto Sallaberry, confirmar as suspeitas.
Ao proferir palestra na Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa, em São Paulo, Sallaberry falou sobre as estratégias do Estado Islâmico para recrutar seguidores e ordenar atentados pelas redes sociais.
Conhecido como "o carrasco", o francês Maxime Hauchard é suspeito de ser um dos terroristas que aparecem em vídeos que exibem a decapitação de pessoas sequestradas ou feitas prisioneiras pelo grupo terrorista, sobretudo soldados sírios. Os sites que primeiro divulgaram a informação, logo após a mensagem ter sido postada, observaram que o usuário havia criado o perfil pouco tempo antes dos ataques à França. Atualmente, a conta está desativada.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2016/04/14/abin-identifica-ameaca-terrorista-no-brasil.htm
Brasília - Setores de inteligência do governo brasileiro detectaram tentativas de cooptação de jovens no País pelo Estado Islâmico (EI) para atuar como "lobos solitários"
Jihadista do Estado Islâmico: o interesse do EI é ampliar o espectro de recrutamento de novos militantes
3- Crime Organizado:
Rio Enfrenta O Crime Organizado Antes Dos Jogos Olímpicos
Eles atendem por nomes como “Scooby” e “Baby” mas portam as melhores armas que o dinheiro pode comprar, são acusados de torturar policiais e derrubaram até mesmo um helicóptero da polícia.
WRITER-ID | 27 de out de 2009
Eles atendem por nomes como “Scooby” e “Baby” mas portam as melhores armas que o dinheiro pode comprar, são acusados de torturar policiais e derrubaram até mesmo um helicóptero da polícia.
São traficantes de drogas que dominam a maioria das 1.000 favelas do Rio de Janeiro, cercadas por soldados armados com metralhadoras feitas na Bélgica, pistolas israelenses, granadas, armas antiaéreas e infindáveis cargas de munições.
Os criminosos chamaram a atenção internacional nessa semana após sangrentos confrontos que deixaram mais de 40 mortos, apenas alguns dias depois da eleição do Rio para sediar os Jogos Olímpicos de 2016.
As autoridades pediram a máxima repressão aos criminosos para garantir a segurança para os Jogos Olímpicos – enquanto garantem ao resto do mundo que a violência está restrita a pequenas áreas da cidade litorânea de 6 milhões de pessoas, famosa pelo Carnaval e pelas praias estonteantes.
“Sempre existiram essas mini-regiões no Rio de Janeiro dominadas pelos traficantes de drogas”, disse o secretário estadual de Segurança Pública, José Beltrame.
Entretanto, Beltrame concorda que essas “mini-regiões” se encontram em favelas de qualquer parte do Rio, ricas e pobres.
Pergunte a qualquer um dos 2 milhões de habitantes das favelas – motoristas de táxi, comerciantes, donas de casa, barbeiros e policiais – cujas vidas são dominadas por chefes do tráfico de drogas e violentas milícias, e eles lhe dirão que derrotar os criminosos é dificílimo, senão impossível.
“A polícia está num jogo já perdido”, disse o comerciante de verduras Roberto Lima, arrumando sua pequena barraca aos pés da favela dos Tabajaras, em Copacabana, onde uma patrulha fortemente armada da polícia havia ido no dia anterior. “Eles precisam tentar, nós compreendemos. Mas eles estão fora da realidade e não controlam esse lugar”.
O comentário de Lima reflete a atitude fatalista que domina quase todas as conversas sobre o controle do crime no Rio. Estatísticas mostram por que: em 2008 houve 5.717 homicídios no estado do Rio, a grande maioria na região metropolitana do Rio de Janeiro. Fazendo uma comparação, em Vancouver, no Canadá, que sediará os Jogos de Inverno de 2010, houve 58 assassinatos no ano passado.
Viva Rio, uma organização brasileira que tenta livrar a cidade das armas, divulgou recentemente um relatório dizendo que os criminosos no Brasil têm três vezes mais armas do que a polícia.
Beltrame descreve a dificuldade de enfrentar os criminosos em seu território: “Quando entramos numa favela ... onde eles têm seu estoque de armas e munições”, os criminosos estão “defendendo seu território e reagindo contra a polícia como se estivéssemos em guerra”.
A imprensa brasileira publicou nessa semana várias fotos de atiradores armados, orgulhosamente exibindo suas metralhadoras em plena luz do dia, no alto das favelas, aparentemente enfrentando as autoridades para que os tirassem de lá.
Os tiroteios dessa semana foram mais um episódio no ciclo repetitivo de violência: cerca de 150 membros do Comando Vermelho, no norte do Rio, invadiram o Morro dos Macacos, controlado por uma facção rival, ao amanhecer de sábado.
Intenso tiroteio aconteceu e a polícia reagiu como já havia feito várias vezes anteriormente, em helicópteros que sobrevoaram o local, enquanto outros companheiros enfrentavam os criminosos em terra. Mas agora, pela primeira vez, um dos helicópteros foi abatido, aterrissando em chamas em um campo de futebol e matando três oficiais – a apenas dois quilômetros do estádio do Maracanã, onde haverá as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos, e a final da Copa do Mundo de 2014.
Desde então, mais de 2 mil oficiais reagiram, invadindo mais de uma dúzia de favelas à procura dos responsáveis.
Enquanto isso, o número de corpos continua aumentando: dois homens baleados foram encontrados na sexta-feira, seus corpos em um carrinho de supermercado, enquanto quatro outros corpos estavam por perto. No início da semana, um morador de favela levou dois homens mortos para um hospital em sua van, dizendo à polícia que cumpria ordens dos traficantes.
As autoridades pedem que se intensifiquem as ações contra as dezenas de milhares de membros de quadrilhas de traficantes que, segundo elas, são o maior obstáculo para a paz e a tranquilidade da cidade.
“Vamos reprimir esses traficantes e não lhes daremos espaço para respirar”, disse o coronel da polícia Marcus Jardim aos repórteres, essa semana. “Vamos armados. A sociedade exige resposta. Vamos caçar esses criminosos”.
O motorista de táxi Alexandre Baldi, que mora perto de uma favela no centro do Rio, tem suas dúvidas.
“É uma guerra sem fim”, disse ele. “A polícia não pode ocupar todas as favelas”.
Beltrame espera que a recente onda de violência – que surgiu quando a cidade estava em evidência pelos Jogos Olímpicos – estimule os governantes brasileiros para atacar o crime agressivamente e “buscar uma solução definitiva, visível, plausível e concreta para contemplar a sociedade”.
O governo federal respondeu no início dessa semana com a promessa de novos investimentos de 55 milhões de dólares para a polícia do Rio e um novo helicóptero a prova de balas.
Entretanto, se as palavras do líder do Comando Vermelho forem reais, nada será suficiente para combater um problema com implicações sociais e políticas que ultrapassa o campo da repressão policial.
“O governo abandonou completamente essas regiões”, disse no início deste ano o líder da Associated Press, de 26 anos, em uma rua suja repleta de barracos e poluída pelo esgoto a céu aberto. Ele falou sob condição de anonimato porque não queria chamar a atenção da polícia.
“Aqui não existe bandeira – as autoridades simplesmente não aparecem”, disse o integrante da quadrilha, com duas pistolas 9mm na cintura.
“A política de combate ao crime está invertida”, acrescentou Camilla Ribeiro, da Justiça Global, um grupo de direitos humanos do Rio. “Antes de procurar uma solução usando a polícia armada, o estado precisa criar alternativas econômicas, investir na educação e na saúde”.
Tim Cahill, um pesquisador brasileiro da Anistia Internacional, disse que alguns novos programas de policiamento das comunidades que incluem maior investimento em educação e saúde são promissores, mas eles são a exceção à regra, e não haverá paz reinante na cidade sem maiores ações da polícia.
“Ainda vemos operações em grande escala... ainda vemos a mesma mentalidade de conflito em detrimento da segurança”, disse ele. “Se queremos uma mudança fundamental e a longo prazo nesse terreno, é preciso haver uma mudança nessa mentalidade”.
A polícia enfrentou duras críticas por parte de ativistas de direitos humanos das Nações Unidas, que divulgaram no ano passado um relatório informando que a polícia é responsável por três mortes no Rio, diariamente.
Mas Beltrame disse que poucas pessoas compreendem a realidade que suas forças têm que enfrentar. Ele disse que enquanto seus oficiais seguem um comando mundialmente reconhecido para garantir a segurança pública – prevenção, proteção, reação – “precisamos lidar com algo que poucas forças enfrentam – o combate armado com traficantes de drogas equipados com armamentos pesados procedentes do exterior”.
“Isto é algo único que nossa polícia precisa enfrentar”.
Toda violência deve ser dada um atenção em especial, mas devemos ter objetivos!
No Brasil, mata-se 274 vezes mais do que em Hong Kong e 137 vezes mais do que na Inglaterra
São Paulo – Vivemos em um país em guerra, mesmo que não declarada. Esta é uma das conclusões possíveis a partir da leitura do estudo Mapa da Violência 2013, realizado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e divulgado hoje. Cerca de 170 mil pessoas forammortas nos 12 maiores conflitos no globo entre 2004 e 2007 (veja tabela abaixo). No Brasil, mais de 200 mil perderam a vida somente entre 2008 e 2011.
Isto tudo sem que o país viva "disputas territoriais, movimentos emancipatórios, guerras civis, enfrentamentos religiosos, raciais ou étnicos, conflitos de fronteira ou atos terroristas", lembra o levantamento.
Há dois anos - época dos últimos dados disponíveis - foram registradas mais de 50 mil mortes, o que confere ao Brasil uma taxa de 27,1 homicídios para cada 100 mil brasileiros. Desse total, cerca de 40% (18 mil pessoas) eram jovens entre 15 e 24 anos.
O número de assassinatos no Brasil é 274 vezes maior do que em Hong Kong, 137 vezes maior do que na Inglaterra e 91 vezes maior do que na Sérvia, segundo o estudo divulgado hoje.
Veja abaixo o total de mortes nas maiores zonas de conflito do planeta na década passada:
País | 2004 | 2005 | 2006 | 2007 | Total de mortes |
Iraque | 9.803 | 15.788 | 26.910 | 23.765 | 76.266 |
Sudão | 7.284 | 1.098 | 2.603 | 1.734 | 12.719 |
Afeganistão | 917 | 1000 | 4000 | 6500 | 12417 |
Colômbia | 2.988 | 3.092 | 2.141 | 3.612 | 11.833 |
Congo | 3.500 | 3.750 | 746 | 1.351 | 9.347 |
Sri Lanka | 109 | 330 | 4.126 | 4.500 | 9.065 |
Índia | 2.642 | 2.519 | 1.559 | 1.713 | 8.433 |
Somália | 760 | 285 | 879 | 6.500 | 8.424 |
Nepal | 3.407 | 2.950 | 792 | 137 | 7.286 |
Paquistão | 863 | 648 | 1.471 | 3.599 | 6.581 |
Índia/Paquistão (Caxemira) | 1.511 | 1.552 | 1.116 | 777 | 4.956 |
Israel/Palestina | 899 | 226 | 673 | 449 | 2.247 |
Total dos 12 conflitos | 34.683 | 33.238 | 47.016 | 54.637 | 169.574 |
"São números tão altos que torna-se difícil, ou quase impossível, elaborar uma imagem mental, uma representação de sua magnitude e significação", afirma Jacobo, autor da pesquisa.
Segundo o sociólogo, a cultura da violência (caracterizada pelo hábito de resolver conflitos por meio da agressão), a certeza da impunidade (apenas 4% dos assassinos vão para cadeia) e a indiferença da sociedade com o grande número de mortes estão entre as causas do fenômeno. "A vida humana vale muito pouco", resume o pesquisador, que é argentino.
É preciso observar que a magnitude da violência vista no país não tem equivalência nas nações que possuem dimensões e populações maiores ou similares à brasileira. Só o México chega perto.
País | Ano | População (milhões) | Homicídios | Taxa por 100 mil habitantes |
Brasil | 2010 | 190,8 | 52.260 | 27,4 |
México | 2011 | 112,5 | 24.829 | 22,1 |
Rússia | 2010 | 142,5 | 18.951 | 13,3 |
Filipinas | 2008 | 96,1 | 12.523 | 13 |
Nigéria | 2008 | 164,4 | 18.422 | 12,2 |
Indonésia | 2008 | 234,2 | 18.963 | 8,1 |
Paquistão | 2010 | 170,3 | 13.208 | 7,6 |
USA | 2010 | 301,6 | 16.129 | 5,3 |
Índia | 2010 | 1.184,60 | 41.726 | 3,4 |
Bangladesh | 2010 | 158,3 | 3.988 | 2,7 |
China | 2010 | 1.339 | 13.410 | 1 |
Japão | 2011 | 125,8 | 415 | 0,3 |
De acordo com o estudo, o número de assassinatos no país cresceu mais de 200% entre 1980 e 2011. Se considerarmos apenas as mortes violentas entre jovens no mesmo período, o aumento é ainda maior: 326%
Para Jacobo, a tendência nos próximos anos é que grandes cidades como Rio eSão Paulo atinjam um nível estável de violência se continuarem investindo em segurança pública – podendo reduzir ainda mais essas taxas com esforços concentrados em áreas como saúde e educação.
Por outro lado, o sociólogo adverte que se nada for feito em regiões onde o número de assassinatos vem crescendo, como Pará e Alagoas, um novo aumento nos índices nacionais de violência poderá ser registrado.
"O quadro comparativo internacional já foi bem pior para o Brasil", revela Jacobo. Segundo ele, o país era o segundo colocado do ranking da morte em 1999, atrás apenas da Colômbia. De lá para cá, a taxa de homicídios no país não parou de crescer, embora o Brasil tenha perdido posições na lista.
O sociólogo explica que esse "recuo relativo" se deveu "ao crescimento explosivo da violência em vários outros países do mundo", como El Salvador, Guatemala e Venezuela.